Translate

domingo, dezembro 05, 2004

CIÊNCIA DA COMPLEXIDADE GERA A NECESSIDADE DE NOVOS LÍDERES

CIÊNCIA DA COMPLEXIDADE GERA A NECESSIDADE DE NOVOS LÍDERES



Acreditar em frases de efeito a fim de promover idéias de negócios pode ser deveras perigoso. O termo Ciência da Complexidade , que estuda as empresas como um ser vivo e que como tais, estão sujeitas a mudanças não desejadas tem seguidores como o lendário Richard Pascale, professor durante 20 anos da Universidade de Stanford, onde ministrou o mais popular programa de MBA da época (Sobrevivência da Organização).

O Setor de idéias de negócios passou a se comportar como o setor da moda, à partir dos rápidos avanços tecnológicos bem como da globalização. Até meados de 1970, duas ou três dessas idéias emergiam a cada 5 anos e desfrutavam de uma vida relativamente longa. A vida útil dessas idéias reduziu-se drasticamente quando o mercado percebeu que algumas destas “novas idéias” tinham cerca de 10 anos de idade, revestidas com a linguagem da nova era.

Conceitos como o da Qualidade Total, refletem uma abordagem de administração profunda e sólida, reforçando que alguns conceitos de Management desse período possam ser devidamente creditados e qualificados como avanço real das organizações. Algumas das outras grandes idéias, fracassaram devido às organizações aplicarem uma camada de tinta à constante forma de fazer as coisas. Este relacionamento superficial com estas idéias, provocaram cinismo entre os executivos.

O estudo da Ciência da Complexidade, possui quatro propriedades altamente exóticas e devidamente complexas; que tornaram-se arcabouço desta nova corrente:

O equilíbrio prolongado é um precursor da morte;
A Inovação ocorre perto da beira do caos;
Todas as coisas vivas apresentam a capacidade de auto-organização e emergência;
Quando você mexe com as coisas vivas, depara com a lei das conseqüências imprevistas;

O avanço das organizações no entendimento e aplicação dessas idéias é lento, embora pesquisas indicam que 70% dos esforços em Consultores da Mudança, ficam aquém da expectativa.

Uma empresa pode funcionar com sucesso durante anos, aprimorando-se e auxiliando-se da tecnologia disponível, melhorando o desempenho de uma fórmula vencedora. Em um determinado ponto da maioria das organizações, quando um desafio imprevisto ameaça perturbar o ambiente com algo além da experiência de seus executivos, a liderança adaptativa surge como a alternativa correta.

Esta liderança adaptativa difere da tradicional que reproduz experiência e vai de encontro as pessoas em cargos de chefia, para a qual foram selecionadas e promovidas. Em mercados nacionais onde são particularmente vulneráveis, existe a dificuldade em delegar controle e voltar-se para a organização a fim de se obter respostas. Em empresas japonesas, fomenta-se líderes que privilegiam a distribuição de inteligência pela organização.

Através do convencimento de que as empresas devem se pautar pelos princípios da natureza e não das máquinas, a teoria confirma que as organizações são coisas vivas e esta aceitação representa amadurecimento para os líderes corporativos.

Contudo, outro grande desafio chama-se “Desvio Positivo” que se traduz em identificar as melhores práticas e sucessos isolados de uma sociedade ou organização, observando a aderência em outras situações. A abordagem habitual é impor a melhor prática ao sistema, evocando uma resposta imunológica previsível ao “não foi inventado aqui”. Desta maneira os colaboradores se envolvem na análise, descobrem sua sabedoria oculta, aprendem e amplificam o que funciona economizando grandes esforços.

12/2004

Cássio de Paula Freitas
Analista de Sistemas – Universidade FUMEC – Belo Horizonte
Pós Graduado em Marketing pela UFMG
MBA em Gestão Empresarial com ênfase em TI pela FGV (cursando)


Fonte:
Livro Surfing the Edge of Chaos (ed. Three Rivers Press) Richard Pascale

Nenhum comentário:

Postar um comentário